Acabou a viagem, mas não acabou a história para o blog, a cada minuto a cada segundo acontece um momento, uma história. Em cada um de nós existem temas para uma história, para um blog, para um livro, para encher uma enstante, uma biblioteca. Não paramos de viver….
Tenho de ligar à assistência em viagem para levar a mota de reboque, ao que chamam de imediato um táxi e um reboque, ficamos os três numa bomba de gasolina, onde parou a minha aventura, à espera de uma resolução pois a minha mota é de 50 de cilindrada e o plafo que dão é só de 75€, ao que o taxista diz com uma gargalhada que isso nem dá para o táxi quanto mais para o reboque.
Tenho de ligar à assistência em viagem para levar a mota de reboque, ao que chamam de imediato um táxi e um reboque, ficamos os três numa bomba de gasolina, onde parou a minha aventura, à espera de uma resolução pois a minha mota é de 50 de cilindrada e o plafo que dão é só de 75€, ao que o taxista diz com uma gargalhada que isso nem dá para o táxi quanto mais para o reboque.
Passadas duas horas de espera, a assistência em viagem faz uma excepção devido a nunca ter acontecido uma motorizada ter ido tão longe, e dá-me uma assistência como se fosse para um carro. Dão-me um carro de aluguer para chegar até Ovar e levam a mota no reboque. Só que penso melhor e devido a hora 19h30 e ao cansaço que estava sem dormir, pergunto se fosse de comboio no dia seguinte, ao que me informam que me pagam a estadia e o comboio, era isso mesmo que eu queria, curtir uma noite em Lagos.
O taxista deixa-me no centro de Lagos, onde me informa que tenho que percorrer por umas ruelas até a pousada. Ruelas essas apinhadas de estrangeiros que me olham com espanto com tanta carga que levava, uma mochila as costas e duas sacolas em cada braço, cheias com a tenda, saco cama e até o capacete. Não consigo encontrar um único português no emaranhado de cabelos loiros, talvez porque até a pousada fico boquiaberto com as raparigas.
O taxista deixa-me no centro de Lagos, onde me informa que tenho que percorrer por umas ruelas até a pousada. Ruelas essas apinhadas de estrangeiros que me olham com espanto com tanta carga que levava, uma mochila as costas e duas sacolas em cada braço, cheias com a tenda, saco cama e até o capacete. Não consigo encontrar um único português no emaranhado de cabelos loiros, talvez porque até a pousada fico boquiaberto com as raparigas.
Como se até aqui, na viagem tivessem servido as entradas e agora fosse servido o prato principal.
Vi-as com a pele rosada e sardenta com as mini-saias de ganga enfiada nas suas pernas esguias e com os tops, a esconder metade do seu arredondado e volumoso peito onde espreita um círculo castanho no meio de um triângulo branco, da marca do biquíni. Que ficam espantadas a olhar para mim, que na minha cabeça sonho que estão a olhar para mim por ser moreno, alto, um Lusitano, mas que na realidade estão a olhar por estar cheio de tralhas e com a roupa cheia de manchas de óleo.
Na pousada ainda se encontram mais beldades saídas de um concurso de Misses dos países de Leste. Ao admirar os olhos brilhantes, de uma das mais bonitas que estava sentada no terceiro degrau de uma escadaria em madeira que levava para o seus quartos, nem ouço o recepcionista a dizer que está cheio. Como um acordar frio, pergunto de novo, nem uma cama, nem que seja debaixo das escadas.
Ele indica-me uma Sra. que aluga quartos mesmo do outro lado da rua com preços mais baixos do que a pousada. A Sra. aluga-me um quarto mas que não passa recibo, vai ter de sair do meu bolso, mas também não é assim tão caro 16€, mais 10€ de jóia, para a chave que lhe tenho de devolver até à uma da manhã pois a hora da minha saída, às 05h, não dá para devolver a jóia. Essas contas e todos problemas somem-se da cabeça ao deparar com as hóspedes do meu apartamento, seis estrangeiras que me sorriram com os seus lábios rasgados, que fazem mostrar os seus dentes cor de marfim polido e com uma saudação que era tudo menos Inglês, talvez Belga ou mesmo Alemão. Ia ser um entrave à comunicação. Ao encaminhar-me até ao meu quarto, fico a pensar qual delas estará no meu quarto, ao entrar vejo duas camas vagas e uma que está alugada a um Argentino que cheira mal, com a sua barba de décadas por fazer, que dá mais vigor à sua profissão, homem estátua.
Tomo o gratificante duche que me tira o suor, o pó, e o óleo do corpo do enorme dia que tive. Depois de me secar e vestir, a roupa com o aroma a gasolina, o aroma que me faz lembrar esta viagem, agora com um trago a óleo do motor, vou até a sala tentar comunicar com as minhas colegas do apartamento, ao que o encontro vazio, já saiu tudo, digo eu com desânimo estampado na cara e ao sentar no sofá.
Olho para o telemóvel 21h40, também é a minha hora de procurar um restaurante, entro num, onde um casal estava a deliciar-se com uma espetada de gambas e lulas. Peço o mesmo e para beber uma cerveja “Abadia” tudo ficou por 17€.
Não sei se foi da “Abadia” se é mesmo da noite de Lagos, mais se parecia com o carnaval. As praças repletas de estrangeiras mascaradas, umas vestidas de “Heidi” com os seus cabelos entrelaçados, outras com os seus vistosos tops que mal reparei de que estavam mascaradas, batmans gays, outras com roupa feita de sacos do lixo, e outras que me fartei de dar abraços com cartazes a dizer “ Free hugs” só pode ter sido da cerveja a fermentar na cabeça e andar a roda, e ver imagens destorcidas de cabelos loiros peles rosadas, e a ouvir vozes “ Hi”, “Hello” “Obrigada”, “Fine”, misturadas com as batidas de djambes e musica de baile.
Até ser empurrado para as cavernas de um bar “Joe Garage” onde as foscas imagens que me lembro são de raparigas a dançar em cima dos tampos das mesas, com t-shirts brancas sem nada a impedir que se visse os seus peitos, com os seus pregos tesos que tentam rasgar o tecido, ao serem molhadas pelas potentes pistolas de água que empenhavam os empregados. Uma única “Abadia” fez com que estivesse de sorriso a noite toda e de olhos brilhantes e arregalados. Só sei que esqueci a hora de receber a jóia de 10€ da chave e só apareci no quarto as 03h20 para me deitar por cima dos lençóis sem me preocupar em tirar uma peça de roupa ou os ténis que me ferviam os pés, e tentar perceber se estava a sonhar, ou talvez estava em casa, e esta viagem nunca existiu.
Dei um pulo com o meu colega de quarto a abanar-me e a dizer que o despertador estava farto de tocar. Eram 05h03 meio sonâmbulo só me lembro de passar água pela cara pegar no monte de coisas e ir para a estação, nem dei pelo tempo, nem pelo peso até à estação que estava deserta e só abria daqui a uns 20 minutos, estava lá um brasileiro com cara de poucos amigos e sempre a olhar para mim e eu só pensava que me roube o dinheiro e a maquina, mas que deixe o cartão com as fotos…
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